Estruturas de Saúde
O Concelho de Valongo encontra-se na área geográfica de influência do Agrupamento de Centros de Saúde do Grande Porto III, Administração Regional de Saúde do Norte e é servido pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Maia/Valongo. Em 2017 contava com 7 Unidades de Saúde Familiar (USF), 2 Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) e 2 Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC). Em dezembro de 2017 estavam inscritos nas unidades saúde do Município 94.497 utentes.
O Município é servido pelo Centro Hospitalar Universitário de S. João. Na área geográfica do Concelho está instalado o Polo de Valongo, com atividades de Cirurgia de Ambulatório, Diálise, Medicina Física e de Reabilitação, Psiquiatria e Saúde Mental.
O Centro de Respostas Integradas (CRI) Porto Oriental assegura o tratamento e reinserção de dependências através da consulta descentralizada (3 dias por semana) na USF da Bela (Ermesinde) e ações de prevenção realizadas sob solicitação de entidades parceiras (município, agrupamentos escolares, coletividades, etc.). A Cruz Vermelha Gondomar Valongo é, desde junho 2018, responsável pelo Programa de Reinserção Integrada (PRI) do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), que está em fase de implementação no terreno.
No território funcionam ainda 2 hospitais privados e 17 farmácias.
Perfil de Saúde
A natalidade no Concelho de Valongo em 2016 foi de 8,2 nados-vivos por mil habitantes, valor semelhante ao registado na Área Metropolitana do Porto (8,3/1.000 habitantes). A mortalidade infantil foi de 2,1 óbitos infantis por 1000 nados vivos no triénio 2014-2016 (7).
No triénio 2014-2016, a proporção de nascimentos pré-termo (7,9%) e com baixo peso à nascença (9,2%) foi semelhante à da Área Metropolitana do Porto (AMP) e do Continente (Tabela 6).
Em 2017 a mortalidade bruta no município foi de 7,6 por 1.000 habitantes, valor mais baixo que os registados a nível nacional (10,7 por 1.000 habitantes) e na Área Metropolitana do Porto (9,1 por 1.000 habitantes). A distribuição por causas específicas de morte em Valongo é semelhante à distribuição nacional e da Área Metropolitana, sendo as mais frequentes as doenças do aparelho circulatório e os tumores malignos (Tabela 7).
A partir da fusão dos ACeS de Valongo e Maia em 2012 os dados das unidades de saúde que permitem a avaliação da ocorrência de doença e dos fatores de risco são divulgados agregados. Consideraram-se para efeito de definição de prioridades do município de Valongo os dados referentes aos ACeS Maia/Valongo (7).
No que diz respeito à morbilidade, em 2017 os diagnósticos ativos (ICPC-2) presentes em maior número de pessoas inscritas no ACeS foram as alterações do metabolismo dos lípidos, seguindo-se a hipertensão arterial, ambos presentes em mais de 40.000 utentes (Tabela 8). De realçar que obesidade e excesso de peso estão presentes em aproximadamente 40.000 utentes o que os coloca como o terceiro diagnóstico mais frequente. Verifica-se ainda um elevado número de utentes fumadores (34.852), com perturbações depressivas (23.855), diabetes (16.580) e artrose do joelho (10.123). Com diagnóstico de abuso crónico do álcool estão descritos 3.600 utentes, o que representa aproximadamente 5% dos indivíduos inscritos no ACeS (Tabela 8).
A caracterização por diagnósticos das pessoas inscritas no ACeS Maia/Valongo, em 2017, apresenta um padrão semelhante ao cenário da Região Norte (Figura 6) (8).
Na população masculina de utentes do ACeS Maia/Valongo a proporção de diagnósticos de abuso de tabaco é superior ao valor da Região Norte. Os diagnósticos de patologia respiratória (asma, doenças pulmonares obstrutivas crónicas (DPOC) e bronquite crónica) estão também acima dos valores registados na Região Norte. Abaixo dos valores da região encontram-se os diagnósticos de dislipidemia, hipertensão, demência e neoplasias do colon e próstata.
Para a população feminina, destacam-se com valores superiores aos da Região Norte o abuso de tabaco, tal como nos homens. Das patologias do foro respiratório apenas a asma, tem uma proporção superior à Região Norte. Verifica-se ainda uma maior proporção de diagnósticos de trombose/acidente vascular, demências, neoplasia maligna do estômago e neoplasia maligna do colo do útero.
Especificamente sobre as patologias/fatores de risco considerados nos Programas Prioritários do Plano Nacional de Saúde, Valongo, em consonância com o padrão nacional, apresenta uma elevada prevalência da doença cardiovascular, oncológica e diabetes, reforçando a necessidade de intervenção nestas áreas. Relativamente à saúde mental os dados são escassos, contudo, tendo como indicador os diagnósticos de perturbações depressivas do ACeS Maia/Valongo apresentados (Fig. 5) verifica-se uma elevada prevalência suportando este domínio como uma das áreas prioritárias de intervenção.
Relativamente ao Programa para a Alimentação Saudável não existem informações sobre os hábitos alimentares desta população. Contudo, os dados das unidades de saúde mostram uma elevada prevalência do excesso de peso e obesidade e a informação recolhida no âmbito da coorte Geração 21 (9) permite reforçar a relevância da problemática na população infantil. Os dados deste estudo mostram uma elevada prevalência de obesidade (índice de massa corporal superior a dois desvios padrão) aos 4 e aos 7 anos de idade e que o concelho de Valongo apresenta uma das mais elevadas prevalências da Área Metropolitana do Porto (Fig. 7).
Relativamente às doenças infeciosas, e ainda no âmbito dos Programas de Saúde Prioritários (10), no que concerne à Infecção VIH/Sida, o concelho de Valongo apresentou uma incidência média (2011-2016) de 12,5 casos por 100.000 habitantes, semelhante ao valor nacional que é de 13,4/100.000 habitantes. De acordo com o ACeS, o número de notificações do concelho tem vindo a diminuir desde 2014 tendo sido notificados 4 casos de VIH em 2017.
No que diz respeito à Tuberculose (11), em 2017 foram diagnosticados 31 casos o que corresponde a uma incidência de 32,3/100.000 habitantes, valor substancialmente superior aos registados tanto a nível nacional (18,0/100.000 habitantes) como na Região Norte (21,2/100.000 habitantes). Apesar da incidência no Concelho ter diminuído, nos últimos quatro anos os valores do concelho estabilizaram próximo dos 30/100.000 (Tabela 9)