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Cancro
Porque é que o símbolo do cancro é um caranguejo?
O termo “cancro” foi inventado por Hipócrates em 400 a.C. ao utilizar a palavra grega “Karkinos” para definir uma doença cuja aparência, na sua opinião, era semelhante a um caranguejo, em que a carapaça seria o corpo do tumor e as patas representavam as metásteses ou ramificações do mesmo.
Mais tarde utilizar-se-á também a palavra grega “Onkos” para descrever os tumores, dando origem à palavra Oncologia.O cancro é uma doença contagiosa?
De uma forma geral não. O cancro não é uma doença contagiosa que seja facilmente transmitida de pessoa para pessoa. Isso pode ocorrer no caso de transplantes de órgãos ou tecidos; a pessoa que recebe o transplante de outra pessoa que tenha tido cancro poderá ter um maior risco de vir a desenvolver um cancro relacionado com esse transplante, mas estas situações são muito raras.
Algumas pessoas desenvolvem cancros que podem ser causados por infecções. Por exemplo, a infeção pelo vírus HPV pode levar à ocorrência de cancro do colo do útero, e o cancro do estômago pode ser provocado pela infeção com a bactéria Helicobacter pylori. Assim, apesar do cancro não se transmitir de pessoa para pessoa, esses vírus ou bactérias podem ser transmitidos de pessoa para pessoa. A importância de algumas infecções para o aparecimento do cancro é tão relevante que a vacina contra o HPV foi incluída no plano nacional de vacinação.
Se alguém na minha família tem cancro, eu também vou ter?
Apenas uma pequena percentagem de cancros (5%) se classifica como hereditária, ou seja, cancros em que há uma identificação muito clara de uma alteração genética que ocorre em várias gerações da família.
O cancro é uma doença de velhos ou de novos?
Atualmente sabe-se que não há idade para ter cancro. De qualquer forma, o cancro continua a ser uma doença que aparece mais frequentemente a pessoas mais velhas, porque com o avançar da idade as células ficam mais propensas a sofrer de “falhas de funcionamento” que podem levar ao aparecimento de cancro.
O cancro tem cura?
Não de pode falar em “cura” para o cancro, mas sim em tratamentos e estratégias que permitem controlar a doença e, desejavelmente, remover o tumor (o que não quer dizer que não possa voltar a acontecer)
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Comportamentos Aditivos e Dependências
Posso ficar viciado por fumar um charro?
Nem todas as pessoas que experimentam se tornam dependentes (viciadas). Mas todas as pessoas que ficam dependentes, algum dia experimentaram. E todas as pessoas que se tornaram dependentes julgavam que isso nunca iria acontecer-lhes.
A verdade é que nunca é possível prever de que maneira vamos reagir a um consumo.
Sabemos, no entanto, que quanto mais jovem for o indivíduo, maior a probabilidade de vir a desenvolver uma relação prejudicial com a substância (neste caso, com o haxixe ou com a erva)
Sabemos também que existem riscos num consumo isolado. Ou seja, a dependência não é o único, nem sequer o principal risco que se corre ao consumir. Para saberes mais, podes consultar o site do SICAD, separador Cidadão, Substância Psicoactivas http://www.sicad.pt/PT/Cidadao/SubstanciasPsicoativas/Paginas/default.aspx
Porque é que não consigo parar de jogar?
Jogar estimula o sistema de recompensa cerebral, ou seja, produz sensações de bem-estar e euforia, aumentando o desejo de repetir tais sensações. Ao repeti-las, provocamos a produção no nosso cérebro de substâncias químicas responsáveis por condicionar o nosso comportamento, tornando cada vez mais difícil prescindir dele, ou seja, custando-nos cada vez mais parar de jogar.
É para ‘treinar’ o teu cérebro a não te enganar que, se quiseres jogar, deves decidir:
- o momento do dia (para não prejudicares outras tarefas ou funções)
- a quantidade de tempo que vais jogar
- a periodicidade
- no final da sessão de jogo, ‘desligares-te’.
Os meus pais não percebem que os jogos são a maneira de estar com os meus amigos.
Provavelmente, tu e os teus pais têm que negociar! Sempre que entre duas parte não há acordo, a maneira de ultrapassar o impasse é dialogando no sentido de obter um consenso. Contudo, é importante que tanto tu como os teus pais estejam dispostos a ceder um pouco. Na negociação, ninguém fica a ganhar mas também ninguém fica a perder: os teus pais terão que admitir o teu gosto pelo jogo e tu terás que diversificar a tua maneira de estares com os amigos.
Podes começar por fazer uma lista dos motivos porque é importante para ti jogar com os amigos e os teus pais farão uma lista das suas preocupações com o teu jogo. Isso permitirá a cada parte perceber a outra. Depois, podem abordar o que desejariam que a outra parte fizesse. Finalmente, vejam em que é que cada um está disposto a ceder para satisfazer o outro sem perder tudo.
Todos dizem que fumar faz mal, mas os adultos insistem. Como os convenço?
Antes de mais nada, tens de perceber que não é responsabilidade tua se há adultos que continuam a fumar. Claro que ficas preocupado por veres pessoas de quem gostas a prejudicar a sua saúde, mas eles cresceram numa época em que se apreciava quem fumasse. Se não param, provavelmente estão dependentes, o que significa que não conseguirão parar só por quererem; terão que procurar ajuda especializada.
O primeiro passo é querer e estar disposto a fazer um esforço. Nem todos os momentos da vida são propícios a grandes esforços extra!
Se achas que esse adulto está numa fase que lhe permitiria dedicar-se a uma mudança nos seus hábitos tabágicos, podes sugerir-lhe que marque uma consulta com o seu médico de família. O próprio médico pode acompanhá-lo ou então indica-lhe um programa de cessação tabágica.
Podes ainda sugerir-lhe que ligue para a Linha SOS Deixar de Fumar: 808 20 88 88 ou que visite a página do SNS24 Deixar de Fumar https://www.sns24.gov.pt/guia/deixar-de-fumar/Mesmo que os adultos em que pensas aceitem frequentar as sessões, tens que estar a contar com a probabilidade de não as concluírem ou então de que, mesmo terminando, tenham recaídas. Ou então, apenas diminuam o seu consumo em vez de pararem completamente. Nesse caso, já estarão a diminuir os riscos que correm.
Deixar de fumar é muitas vezes um processo longo e difícil.Eu gostava que o meu pai deixasse de beber.
Já alguma vez lho disseste?
É verdade que ele não deixará de beber só por lhe pedires, no entanto, um dos primeiros sinais que as pessoas com consumos nocivos de álcool recebem de que deveriam alterar o seu modo de beber é a preocupação manifestada por familiares e amigos.
Que outros adultos à tua volta se preocupam também com o teu pai? Se unirem forças, talvez acabem por convencê-lo a recorrer a ajuda especializada para diminuir os consumos.
Existem equipas de profissionais preparadas para ajudar o teu pai. Em Valongo, essa equipa funciona no Centro de Saúde de Ermesinde (Gandra). Podes marcar atendimento pelo telefone 229 735 790 ou pelo mail cri.portooriental@arnorte.min-saude.ptO meu namorado gosta de beber, mas é só ao fim de semana. Ele vai ser alcoólico?
Ser “alcoólico” corresponde a um padrão de consumo de dependência, que é a etapa mais grave da relação com uma substância, onde já se perdeu a capacidade para controlar a compulsão para consumir.
As expectativas do teu namorado face ao consumo de álcool, as suas motivações, o meio que o rodeia e os contextos em que consome álcool é que caracterizarão o significado que para ele tem o consumo.
Tipicamente, classificam-se os padrões de consumo de álcool em:
- Consumo de baixo risco
- Consumo de risco
- Consumo nocivo
- Consumo dependente
Atualmente, propaga-se uma forma de beber ao fim-de-semana que se caracteriza pela ingestão num período de tempo muito curto de elevadas quantidades de álcool (correspondentes a 5 ou 6 unidades de bebida), com o objectivo explícito de se colocar num estado alterado de consciência. Se for esta a forma de beber do teu namorado, ele está a correr elevados riscos e deveria alterar a sua forma de beber. Não conseguindo alterá-la, beneficiaria em ser alvo de uma intervenção breve junto do seu médico de família ou de um centro de atendimento a jovens.
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Nutrição
Quero engordar, mas não consigo. O que faço?
Um aconselhamento personalizado é o ideal, por isso o melhor é consultar um profissional de saúde, por exemplo um nutricionista, que possa avaliar a tua situação e ajudar a geri-la. Para isso podes procurar ajuda junto do teu médico de família ou do nutricionista do Centro de Saúde mais próximo da tua residência. Através deste site podes aceder aos contactos necessários para a marcação de uma consulta. O Consultório Jovem na Vila Beatriz pode ser uma alternativa para seres acompanhado por um profissional. Passa por lá!
É sempre importante fazer uma alimentação saudável e equilibrada. Apesar de procurares um ganho de peso, não deves comer todos os alimentos sem restrições, nem optar por alimentos com elevados teores de gordura e açúcares adicionados, como fast-food, bolos ou doces. Um aumento de peso saudável não deve significar um aumento de massa gorda, mas sim um aumento da massa muscular. Neste sentido, para além de uma alimentação saudável, a atividade física regular é um fator muito importante!
Algumas estratégias e dicas para um aumento de peso saudável:
- Não saltes refeições e não passes muito tempo sem comer, o ideal é fazer
- refeições regulares ao longo do dia (inclui pequenos lanches no teu dia e uma
- pequena ceia antes de te deitares);
- Privilegia alimentos ricos em proteína (como carnes magras - frango, peru -
- peixe, ovos, queijos magros ou iogurtes) e fontes de hidratos de carbono complexos;
- Nas refeições principais, opta por consumir a sopa no final da refeição,
- quando já estiveres saciado;
- Frutos oleaginosos (nozes, amêndoas, avelãs) ou pastas de frutos oleaginosos (manteiga de amendoim, manteiga de amêndoa) são alimentos que podes incluir na tua alimentação a fim de facilitar o ganho de peso.
Gostaria de começar a fazer uma dieta, mas de todas as vezes que começo nunca consigo levar até ao fim e nunca sei muito bem o que devo ou não devo comer.
Com quem me devo aconselhar? Existe mesmo um tipo de dieta diferente para cada tipo de pessoa?Fazer dieta para perder peso pode ser muito difícil ou mesmo prejudicar a tua saúde se não tiveres o acompanhamento de um profissional preparado para te ajudar. Comer é algo que fazes todos os dias, e por isso é importante identificar um plano alimentar que esteja adequado a ti - à tua cultura, às tuas preferências e ao teu dia-a-dia - para aumentar a probabilidade de o vires a manter. Para promover um efeito a longo prazo é importante encontrar um equilíbrio entre as tuas preferências e as tuas necessidades, estabelecer objetivos realistas e adotar um conjunto de hábitos (alimentares, mas não só) que integrem o teu dia-a-dia a longo prazo e não apenas até atingires o peso que se pretende.
Para perceber qual o plano alimentar mais adequado, são necessárias várias etapas. Primeiro é necessária uma avaliação global dos hábitos e comportamentos (por ex. alimentos e quantidades que costumas consumir, os horários, onde fazes as refeições e com quem as partilhas), dos teus gostos e preferências e do teu estado de saúde geral. Estas informações permitem ao profissional identificar pontos críticos e oportunidades de mudança que se adaptem a ti. Só com estas informações é possível desenvolver um plano alimentar personalizado que seja exequível para ti e que seja mais fácil de manter ao longo do tempo.
Para que possas ter todo o apoio de que necessitas, o melhor é agendares uma consulta com um profissional de saúde (por ex. um nutricionista). Para isso, podes dirigir-te ao centro de saúde mais próximo da tua área de residência e marcar uma consulta com o teu médico de família, para que ele te possa aconselhar e encaminhar para a consulta de nutrição. Na Casa da Juventude, na Vila Beatriz-Ermesinde também podes encontrar a resposta profissional adequada. Passa por lá!
Se quiseres saber mais sobre os princípios de uma alimentação saudável, podes encontrar informação em fontes fidedignas, como a Direção Geral de Saúde (DGS), o Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou a Associação Portuguesa de Nutricionistas (APN). Podes, também, pesquisar o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), ou Nutrimento – plataforma ainda mais especifica dedicada aos alimentos disponível no Instagram.
Beber demasiado leite ou ingerir demasiados lacticínios pode causar problemas?
O leite é um alimento de elevado valor nutricional, apresentando na sua composição várias vitaminas (como a vitamina B12 e vitamina D) e minerais (como o cálcio e o fósforo), para além de ser uma fonte de proteínas de alto valor biológico. Contudo é importante realçar que nenhum alimento deve ser ingerido em excesso, isto é, não é por ingerir demasiado que vamos ter mais benefícios.
Adicionalmente, algumas pessoas são intolerantes à lactose – fazem uma má digestão do “açúcar do leite” (lactose), porque têm ausência ou deficiência da enzima que o metaboliza (que o divide em moléculas mais simples que o organismo possa digerir), e desta forma não podem consumir leite e alguns dos seus derivados. Outras pessoas apresentam alergia à proteína do leite e nesse caso devem evitar todos os laticínios e produtos que possam conter derivados do leite.
Se não tens nenhum destes problemas (que devem ser avaliados por um profissional de saúde), podes e deves consumir leite e laticínios, nas quantidades recomendadas para assegurar as tuas necessidades de nutrientes. Considerando as recomendações da Roda dos Alimentos será adequado a ingestão de 2 a 3 porções de laticínios por dia. Uma porção de laticínios equivale por exemplo a:
- 1 chávena de leite (250ml);
- 1 iogurte líquido ou 1 e ½ sólido (200g);
- 2 fatias finas de queijo (40g);
- ¼ de queijo fresco (50g);
- ½ requeijão (100g).
Se quiseres saber mais sobre os grupos da Roda dos Alimentos e as proporções em que cada um dos grupos deve estar presente na nossa alimentação, podes aceder à Roda dos Alimentos • PNPAS.
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Orientação Vocacional
Não sei o que hei de escolher no secundário
Não te preocupes. As dúvidas são naturais, fazem parte de todos os processos de escolha na tua vida e, naturalmente, também nas escolhas vocacionais. Tens na tua escola um/a Psicólogo/a, profissional especializado que te poderá ajudar e acompanhar ao nível da orientação vocacional.
E se eu me enganar? A escolha de uma profissão é para o resto da vida?
Se sentires por algum motivo que a tua escolha não foi a mais adequada estás sempre a tempo de mudar! Mais uma vez, se sentires necessidade, podes recorrer à ajuda especializada de um/a Psicólogo/a.
E se depois de tirar um curso superior eu não arranjar emprego?
Sabemos que há áreas profissionais com mais empregabilidade do que outras, mas este processo é muito dinâmico, por isso sugiro-te que antes de mais consideres a área que achas que te poderá dar maior realização! O sucesso vai depender em grande parte do teu trabalho, se escolhes o que gostas, certamente será mais fácil empenhares-te para obteres melhores resultados.
Quando terminares a tua formação, a criatividade e a proatividade na procura de emprego farão toda a diferença. Sabias que há estruturas de apoio à procura de emprego? Encontras respostas em várias instituições da comunidade e nas próprias faculdades. Recorre a elas sempre que precisares. -
Saúde mental
Como posso encontrar um equílibrio saudável entre as exigências da vida académica, social e pessoal?
Encontrar um equilíbrio entre a escola, a vida social e o tempo para nós próprios pode ser complicado, mas é fundamental para nos mantermos saudáveis. Já pensaste em usar uma agenda ou uma app para organizar os teus estudos, saídas com amigos e tempo livre?! (Há agendas em papel muito interessantes e tens o telemóvel sempre contigo.) Não menos relevante é treinar a gestão de prioridades: elabora uma lista de tarefas e procura começar sempre pela mais importante e/ou urgente. Quando estiveres a estudar, lembra-te de fazer pequenas pausas para descansar e recuperar a concentração. Já sabes que dormir bem, comer de forma equilibrada e fazer exercício físico é fundamental para teres energia, mas, ainda assim, isso não significa que devas aceitar todos os convites que te fazem ou tarefas que te propõem. Aprende a dizer "não" quando precisares de espaço e tempo para ti e quando te sentires sobrecarregado. Toma consciência da importância de te desligares um pouco do telemóvel e das redes sociais para relaxares e reconectares-te com outros interesses e atividades que são necessários e que te fazem feliz. Dentro de limites saudáveis, mantém sempre o contacto com amigos e familiares, e fala com eles sobre o que precisas – não há razão para termos vergonha de pedir ajuda ou solicitar apoio na realização ou divisão de tarefas. Na escola podes contar com os teus professores para te ajudarem a planificar melhor o teu tempo e, de forma devidamente fundamentada e justa para com os teus colegas, estabelecer com eles objetivos e prazos realistas e adaptados às tuas necessidades. Ainda que coloques todas ou algumas destas estratégias em prática, lembra-te de que é normal sentires-te sobrecarregado às vezes. Estás sempre a tempo de reformulares o teu plano de ação e de, se precisares, pedir ajuda aos teus pais, amigos ou professores.
Que estratégias posso utilizar para controlar a minha ansiedade?
A ansiedade é uma reação normal ao stress, mas pode tornar-se problemática se for intensa e constante. Na adolescência, pode surgir ou manifestar-se como preocupação excessiva com a escola, com os amigos ou o com o futuro, por exemplo, e causar sintomas físicos como coração acelerado, suor ou cansaço.
Todos sentimos ansiedade às vezes e, em níveis normais, ela pode ser positiva, preparando-nos para lidar com desafios e situações novas, aumentando a nossa concentração, motivação e desempenho para enfrentar exames, apresentações ou eventos importantes com mais atenção e energia. Mas, se ela é debilitante e atrapalha o nosso dia a dia, é importante falar com alguém de confiança e procurar ajuda.
Aqui tens algumas estratégias que podes implementar para cuidares bem de ti e, assim, gerires e controlares melhor a tua ansiedade:
- 1. Utiliza Técnicas de Respiração: Técnicas como a respiração diafragmática e a respiração 4-7-8 podem ajudar a acalmar o sistema nervoso e a reduzir a ansiedade rapidamente.
- 2. Estuda Práticas de Relaxamento: Técnicas de relaxamento como ioga, tai chi, e exercícios de relaxamento muscular podem ajudar a reduzir a tensão e a ansiedade.
- 3. Faz pausas. Permite-te reservar algum tempo exclusivamente para ti: Gerir bem o teu tempo e evitar ter demasiadas responsabilidades em simultâneo pode ajudar a diminuir a ansiedade.
- 4. Mantém-te hidratado e opta por uma alimentação saudável: Beber mais água e comer bem, incluindo alimentos com nutrientes essenciais como o Ómega-3, pode ajudar. Evitar a cafeína e o álcool também pode ser útil, pois são substâncias estimulantes que podem aumentar a ansiedade.
- 5. Tenta dormir horas suficientes: Ter um sono de qualidade é crucial para a manter o equilíbrio químico cerebral, contribuindo para a produção estável de neurotransmissores associados ao bem-estar (como a serotonina e a dopamina) e para a redução dos níveis de cortisol. O sono ajuda, assim, a regular o humor e a diminuir a ansiedade.
- 6. Pratica exercício físico: Fazer exercício físico, especialmente exercícios aeróbicos como correr ou nadar, pode reduzir bastante os sintomas de ansiedade. O exercício liberta endorfinas, que melhoram o teu humor.
- 7. Medita e/ou escreve sobre o que sentes: Focares-te no momento presente (mindfullness) e escrever sobre os teus pensamentos e sentimentos (journaling) pode ajudar a processá-los e a reduzir a ansiedade. Um diário pode ser uma forma eficaz de te expressares e refletires.
- 8. Não te isoles! Mantém o contacto e a proximidade com pessoas significativas: Ter amigos e familiares em quem confies é importante. Falar com alguém pode ajudar-te a sentir-te melhor e a reduzir a ansiedade.
- 9. Procura ajuda especializada: Com a ajuda de um profissional de saúde mental podes explorar outras maneiras, mais estruturadas, de abordar e tratar a tua ansiedade. Por exemplo:
a) Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): A TCC é uma das formas mais eficazes para tratar a ansiedade. Ajuda-te a identificar e a mudar pensamentos e comportamentos negativos que aumentam a ansiedade.
b) Exposição Gradual: Para medos específicos, enfrentá-los gradualmente e de forma controlada pode ser eficaz. Isto é muitas vezes usado em terapias para tratar fobias.
c) Medicamentos: Em alguns casos, medicamentos prescritos – como antidepressivos ou ansiolíticos – podem ser necessários. Fala com um profissional de saúde sobre isso.
Cada pessoa é diferente, por isso pode ser necessário experimentares várias destas estratégias para descobrir quais funcionam melhor para ti. Se precisares de ajuda, falar com um psicólogo ou outro profissional de saúde mental é sempre uma boa ideia.
Como posso reconhecer os sinais de alerta de um problema de saúde mental em mim mesmo ou em alguém próximo?
Os sinais de alerta de um problema de saúde mental podem variar dependendo do distúrbio específico, mas, em geral, incluem: alterações do pensamento, do humor, da energia e/ou do comportamento, traduzindo-se em sinais e sintomas. Quando estes sinais e sintomas adquirem intensidade severa ou persistem no tempo, aliados ao sofrimento e/ou disfunção, podem levar ao diagnóstico de uma doença mental.
Aqui estão alguns sinais de preocupação e de alerta aos quais podes estar atento, tanto em ti próprio como nos outros:
- 1. Mudanças extremas de humor: Oscilações intensas e dificuldades em regular o humor, que afetam o dia-a-dia, como irritabilidade acentuada ou dificuldade em acalmar, choro fácil ou sentir que que se “vai explodir” ou “querer desistir” ao menor obstáculo.
- 2. Isolamento social: Evitar amigos, familiares ou atividades sociais que costumavam ser agradáveis; faltar à escola ou ao trabalho; evitar ou recusar convites e/ou deixar de participar em iniciativas familiares e eventos sociais.
- 3. Dificuldades em lidar com as atividades diárias: Problemas em cumprir ou não ser capaz de dar respostas às responsabilidades habituais no trabalho/escola/família; desmotivação ou dificuldade em encontrar força de vontade; falta de vitalidade para desempenhar tarefas quotidianas.
- 4. Alterações no sono: Insónias frequentes ou dormir excessivamente, sem razão aparente.
- 5. Mudanças no apetite: Perda ou aumento significativo de apetite e de peso, sem razão evidente.
- 6. Comportamento autodestrutivos e/ou Pensamentos suicidas: Mudanças ao nível dos cuidados pessoais, como desleixo na higiene e/ou na apresentação pessoal; abuso de substâncias, como o uso excessivo de álcool, drogas ou medicamentos sem prescrição médica; ideias ou planos para magoar-se (automutilar-se) ou matar-se.
- 7. Problemas de concentração: Dificuldades em focar-se nas tarefas ou tomar decisões e eventual diminuição do rendimento escolar ou laboral.
- 8. Comportamentos impulsivos ou diferentes do habitual: Agir sem pensar nas consequências e/ou de maneira fora do comum; apresentar comportamentos que não parecem ajustados aos valores e ao modo como usualmente se age e lida com as situações.
- 9. Sintomas físicos sem causa médica: Dores de cabeça frequentes, dores de barriga ou outros sintomas físicos inexplicáveis.
- 10. Outros: Dificuldades em lidar com o stress (crises de ansiedade generalizadas e/ou frequentes); medo e preocupação constantes (excessivos); sentimento de desânimo e/ou desinteresse perante a vida.
Se reconheceres estes sinais em ti mesmo ou em alguém próximo, é importante procurar ajuda de um profissional de saúde mental ou falar com um adulto de confiança para obter apoio.
O que posso fazer para melhorar a minha saúde mental?
A saúde mental refere-se ao bem-estar emocional, psicológico e social de uma pessoa. Ela afeta a maneira como pensamos, sentimos e agimos, além de influenciar a maneira como lidamos com o stresse, como nos relacionamos com os outros e como tomamos decisões.
Aqui tens algumas estratégias que podes implementar para cuidares bem de ti e, assim, melhorares a tua saúde mental:
- 1. Mantém-te ativo: Praticar desporto, dançar, fazer caminhadas ou exercitar-te em casa com vídeos online pode ajudar a aliviar o stress e a ansiedade e a melhorar o teu humor.
- 2. Alimenta-te de forma equilibrada: Escolhe alimentos saudáveis e coloridos, como frutas, legumes, cereais integrais e proteínas magras. Evita exagerar nos fast-foods e doces.
- 3. Dorme o suficiente: Ter uma boa noite de sono é essencial para a tua saúde mental e bem-estar. Tenta manter uma rotina de sono regular, desligando os aparelhos eletrónicos antes de dormir.
- 4. Relaxa e respira: Praticar meditação, respiração profunda ou ioga pode ajudar a acalmar a mente e a reduzir a ansiedade.
- 5. Estabelece limites saudáveis: Aprende a dizer não quando necessário e não te sobrecarregues com demasiadas atividades. É importante equilibrar o tempo dedicado aos estudos, lazer e descanso.
- 6. Mantém contacto com os amigos: Manter relações positivas com os amigos e procurar apoio emocional quando necessário é fundamental para a saúde mental.
- 7. Diverte-te: Dedica tempo a atividades que adoras, como jogar videojogos, desenhar, tocar um instrumento, ou qualquer outra coisa que te traga alegria.
- 8. Pede ajuda se precisares: Se te sentires sobrecarregado, triste ou ansioso com frequência, não hesites em falar com um adulto de confiança, um professor, ou procurar ajuda profissional como um psicólogo.
Cuidar da tua saúde mental desde cedo é muito importante para viveres uma vida equilibrada e feliz. Lembra-te de que é normal enfrentar desafios, mas é essencial procurar ajuda quando necessário.
Qual a diferença entre tristeza e depressão?
Não raras vezes confundimos o "estar triste" com o "estar deprimido" e é comum na sociedade vermos os termos “tristeza” e “depressão” serem usados de forma intercambiável (e, algumas vezes, até, irresponsável). No entanto, é importante entender a diferença entre os dois.
A tristeza é uma emoção passageira e comum, uma reação natural a eventos stressantes, perdas ou desafios da vida. Por outro lado, a depressão é uma condição médica mais séria e duradoura, que vai além da tristeza normal.
A tristeza é quando nos sentimos em baixo ou desanimados por alguma situação menos boa que aconteceu. É algo comum e que faz parte da vida de todos. Normalmente, com o tempo e com apoio das pessoas à nossa volta, conseguimos ultrapassar a tristeza.
É correto afirmar que uma pessoa deprimida também se sente triste. Mas a depressão é algo mais intenso e tendencialmente mais prolongado. Envolve sentimentos muito fortes de tristeza, falta de energia, desinteresse por coisas que antes nos davam prazer, dificuldades de concentração e pensamentos negativos constantes. É uma questão séria que requer ajuda especializada, como falar com um psicólogo ou psiquiatra.
Se tu ou alguém que conheces estiver a passar por algo assim é importante pedir ajuda.
Como e a quem devo pedir ajuda?
- Consultórios Jovem e da Saúde da Câmara Municipal de Valongo
- Cuida-te+ Gabinetes de Saúde Juvenil do IPDJ
- Serviço de aconselhamento psicológico integrado na linha telefónica do SNS 24 (808242424; Opção 4)
Linhas de Crise
SOS VOZ AMIGA
Horário: Diariamente das 15:30 às 00:30
Contacto Telefónico: 213 544 545 | 912 802 669 | 963 524 660
CONVERSA AMIGA
Horário: 15:00 – 22:00
Contacto Telefónico: 808 237 327 | 210 027 159
VOZES AMIGAS DE ESPERANÇA DE PORTUGAL
Horário: 16:00 – 22:00
Contacto Telefónico: 222 030 707
TELEFONE DA AMIZADE
Horário: 16:00 – 23:00
Contacto Telefónico: 222 080 707
VOZ DE APOIO
Horário: 21:00 – 24:00
Contacto Telefónico: 225 506 070
Email: sos@vozdeapoio.pt
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Sexualidade
Há uma idade certa para perder a virgindade?
Diz-se que uma pessoa é virgem quando nunca teve relações sexuais com ninguém. O valor atribuído à virgindade resulta das experiências pessoais, familiares e sociais, culturais, religiosas e morais que cada um tem e é determinado pelo próprio, e pela forma como se sente perante essas vivências. Não é possível determinar com 100% de certeza se uma pessoa (homem ou mulher) é virgem, pois não existem sinais físicos que garantam a virgindade de alguém. Apesar de não haver uma idade certa para perder a virgindade, existem algumas condições que devem estar reunidas, para que esse momento seja o mais agradável e adequado possível:
- ambos os parceiros devem ter maturidade física e emocional para compreender profundamente o significado e as consequências da atividade sexual;
- deve haver consentimento mútuo, expresso e inequívoco de ambos os parceiros para o ato sexual;
- a prevenção das infeções sexualmente transmissíveis deve ser uma condição irrecusável por ambas as partes, pelo que o uso do preservativo é indispensável;
- o risco de gravidez indesejada é outro dos aspetos a acautelar, aquando da decisão de iniciar a vida sexual ativa;
- o ambiente (local, horário, discrição, conforto, etc.) onde o ato sexual vai desenrolar-se deve ser acordado e preparado cuidadosa e antecipadamente, de forma a evitar constrangimentos, desconforto e surpresas desagradáveis;
A perda da virgindade é sempre um momento marcante e importante na vida de uma pessoa, pelo que deve ser pensado, falado e preparado com antecedência para que seja um momento de partilha e entrega mútuos.
Algumas pessoas decidem esperar pelo casamento ou por uma relação estável e duradoura para iniciarem a sua vida sexual ativa, enquanto outros preferem iniciar a sua vida sexual mais cedo. Não por pertencer a um ou a outro grupo que alguém é mais ou menos importante/interessante que alguém com diferente opinião. A sexualidade colabora para a construção da felicidade, mas apenas na medida em que nós determinarmos e não segundo as opiniões/pressões dos outros.
O importante a reter é que deve ser uma decisão consciente, informada e responsável. A sexualidade, como qualquer outro aspeto da vida humana, é um importante fator de satisfação numa relação, mas pode também ser uma fonte de conflitos.
Perder a virgindade não deve ser visto como uma prova de amor que possa ser exigida por um dos parceiros. E quando isso se torna uma moeda de troca, é melhor repensar a relação e refletir se, realmente, faz sentido manter essa relação. Muitas vezes, deixarmo-nos levar pelas emoções é traiçoeiro e pode levar-nos a sentimentos futuros de frustração e arrependimento.
É possível ter consultas de planeamento familiar sem o conhecimento dos nossos pais/ encarregados de educação?
Em Portugal, a legislação sobre Planeamento Familiar prevê que os jovens em idade fértil possam ter acesso a consultas de planeamento familiar em centros de atendimento aos jovens e nos centros de saúde. (Portaria nº 52/85, de 26 de Janeiro, artº 5º, ponto 2). Essa mesma legislação prevê que os profissionais envolvidos estão sujeitos ao dever de sigilo, o que na prática significa que tudo o que é abordado e realizado nessas consultas é confidencial e não pode ser transmitido fora da mesma, sem o consentimento expresso do utente. (IDEM, Artigo 10º). Além disso, a Lei nº 120/99, de 11 de Agosto, prevê no seu artigo 5º que "Os jovens podem ser atendidos em qualquer consulta de planeamento familiar, ainda que em centro de saúde ou serviço hospitalar que não seja da área da sua residência." A legislação existente procura, desta forma, assegurar que a realidade prática se ajuste à necessidade de garantir que qualquer jovem sexualmente ativo ou em vias de o ser, tenha acesso fácil, gratuito e de qualidade, ao planeamento familiar, à prevenção de gravidezes não planeadas/indesejadas e à proteção contra infeções sexualmente transmissíveis.
A verdadeira educação decorre sempre da existência de um diálogo franco, aberto e participativo entre todos os elementos do agregado familiar. É desejável que os pais/encarregados de educação também possam, de forma aberta e informada, assegurar que os filhos adquirem maturidade e responsabilidade, com o seu apoio e compreensão. Da mesma forma, é desejável que os filhos mantenham uma ligação próxima e de confiança com seus pais / encarregados de educação e possam contar com eles para se ajudarem mutuamente a passar pelas diferentes etapas da vida. Porém, nem sempre isso acontece, e torna-se, por isso, responsabilidade do estado a proteção da criança e do jovem.
Qual seria a melhor maneira de explicar à minha família a minha orientação sexual, considerando o pensamento conservador desta?
A conversa sobre orientação sexual pode ser difícil, especialmente quando a família tem um pensamento conservador e não existe um hábito genérico de falar abertamente sobre determinados assuntos/temas. É importante lembrar que, acima de tudo, todos merecemos respeito e amor, independentemente das nossas opções, opiniões ou crenças. Apesar disso há algumas estratégias que podem ser adotadas (e adaptadas a cada situação concreta) que podem facilitar a conversa:
Preparação: Antes de ter a conversa com a família, é importante que estejas emocionalmente preparado/a para lidar com diferentes reações. Certifica-te de ter uma rede de apoio, incluindo amigos ou profissionais de saúde mental, que possam ajudar-te a lidar com a situação, se caso necessário;
Clareza: Certifica-te de que a tua família entenda claramente a tua orientação sexual e que é uma parte integral de quem és como pessoa. Lembra-te que a orientação sexual é uma parte natural da diversidade humana;
Paciência: Algumas pessoas podem precisar de tempo para processar e aceitar a tua orientação sexual, especialmente se têm crenças conservadoras. Procura ser paciente e respeitador/a durante esse processo;
Calma: É possível que haja reações emotivas durante a conversa. Mantém a calma e tenta manter a conversa num tom respeitador e amoroso. Lembra-te que não precisas justificar a tua orientação sexual, mas podes optar por explicar como isso é importante para ti.
Reflexão: Depois da conversa, dá tempo à tua família para processar e aceitar a tua orientação sexual. A tua família pode precisar de algum tempo para lidar com suas próprias emoções e pensamentos. Lembra-te que podes sempre continuar a conversa noutra altura. Não tem que ser tudo dito de uma vez só e de qualquer forma. Por vezes, a informação gradual acaba por surtir um efeito mais eficaz do que uma atitude intempestiva.
E no final de tudo isto, deves lembrar que não precisas obter a aprovação/consentimento ou concordância de mais ninguém. Tudo o que deve existir é respeito mútuo. Da mesma forma que procuras isso em relação a ti, deves também agir da mesma forma em relação aos outros, pelo que, ainda que existam opiniões, crenças ou maneiras diferentes de ver o assunto, não deixem de se respeitar uns aos outros.