Cancro da Pele - Exposição Solar Segura
A pele é uma das formas com que nos ligamos ao mundo e, curiosamente, é ela que nos separa dele. Este, que é o maior órgão do corpo humano, cobrindo todos os seus recantos e retalhos, permite-nos uma conexão como nenhuma outra: a sua função sensorial transmite-nos a noção de calor, de frio, de dor quando nos magoamos e de alegria em cada abraço dado. Por outro lado protege-nos: das agressões físicas, químicas e da invasão por agentes patogénicos. Através da sua aparência, ajuda-nos a entender os outros, não só pelas emoções que faz transparecer, mas também pelas marcas que carrega: são a tela pintada pelas nossas ações, pelas nossas experiências e pelos cuidados que, no dia-a-dia, colocamos em prática. Dentro destes cuidados a ter com este órgão tão importante, nunca se poderia deixar de lado as medidas de prevenção contra a radiação solar. Mas porque são estas medidas tão importantes? A verdade é que este nosso escudo está em constante renovação: células velhas e estragadas têm de ser substituídas por outras e, durante este processo, vários erros podem ocorrer, podendo levar ao surgimento de várias doenças, entre as quais o cancro da pele.
A luz solar é constituída por radiação ultravioleta (UV), a qual aumenta o risco de erros no processo de reparação da pele e, por isso, o risco de cancro, pelo que a introdução, no dia-a-dia, de medidas simples de proteção contra a luz solar é fulcral para a redução deste risco. Medidas como:
- Reduzir a duração diária de exposição ao sol;
- Reduzir a área corporal exposta (usando roupas de manga comprida e evitando tecidos muitos finos);
- Evitar a exposição solar nas horas de maior calor (do meio da manhã ao final da tarde);
- Usar protetor solar com fator de proteção elevado (nomeadamente, fator 50).
Estas medidas são importantes em todos os dias do ano, mais ainda nos dias de maior calor como é o caso do Verão (sendo também de evitar os solários e outras lâmpadas com radiação UV). São também importantes para todos os tons de pele, apesar de pessoas com pele clara estarem mais sujeitas aos efeitos adversos do sol. Independentemente da idade ou do género, todos estamos sujeitos à ação da luz solar e ao perigo do cancro. Por isso, para além da aplicação destas medidas, é importante vigiarmos regularmente a nossa pele e estarmos particularmente atentos às suas mudanças: qualquer alteração suspeita, seja ela o aparecimento de um novo sinal ou mancha, ou alteração da forma, cor, tamanho e relevo de algum já pré-existente, deve motivar a procura de um médico para que qualquer situação possa ser esclarecida atempadamente (com a noção de que, claro, nem tudo o que é diferente é cancro).
Só assim, tomando uma atitude ativa, estamos a fazer a nossa parte na proteção do nosso corpo, nunca esquecendo que as marcas que a nossa pele carrega estão também nas nossas mãos.
Betina Rocha
Mestrado Integrado em Medicina, FMUP | USF Alfena – Aces Maia/Valongo